Projeto incentiva cuidado compartilhado entre CAPS e atenção básica

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) está se preparando para a implantação do projeto Um Novo Caminhar, que promove o cuidado compartilhado entre atenção básica e Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) no tratamento de pacientes com transtornos mentais estáveis.
 
A ideia é estimular os usuários dos CAPS que não se encontram em estado que requer atenção especial a procurar o atendimento das equipes Estratégia Saúde da Família (ESF). Ele será atendido pelo médico da família, que passará a acompanhá-lo. Profissionais e familiares também serão sensibilizados sobre a questão, uma vez que o sucesso do tratamento depende da união entre serviço, usuário e seus entes queridos.
 
“O CAPS foi desenvolvido para acompanhar usuários em situação mais grave, mas muitos deles, mesmo estáveis, apresentam resistência em ser atendidos pela atenção básica”, explica Marina Leite, gerente de Atenção Psicossocial da FMS. “Vários deles apresentam outras comorbidades além do transtorno mental, e por isso é importante que frequentem a UBS, por meio do cuidado compartilhado”, acrescenta ela.
 
Um outro ponto a ser estimulado é a participação do usuário nas atividades desenvolvidas na UBS a que ele pertence. “É uma forma de diminuir o estigma dos pacientes com transtornos mentais e integrá-los à comunidade”, diz Marina Leite. Inicialmente, o projeto será desenvolvido nos quatro CAPS tipo II que existem na capital.
 
Seu desenvolvimento será em dois momentos: no primeiro, será exibido um vídeo sobre a iniciativa e realizada uma roda de conversa sobre como funciona a Rede de Atenção Psicossocial do município. No segundo encontro, os participantes poderão identificar os ambulatórios e equipes ESF que podem atendê-los (de acordo com seu endereço de residência), bem como outros dispositivos como centros de convivência e outros. Será também entregue material educativo.
 
O projeto Um Novo Caminhar segue as diretrizes da luta antimanicomial, que se caracteriza pela priorização dos direitos das pessoas com sofrimento mental à liberdade, a viver em sociedade e com uma atenção digna dos serviços de saúde. O movimento tem por objetivo sensibilizar os profissionais de saúde e a sociedade para conviver com as diferenças.