Novembro é o mês escolhido para a conscientização sobre o diabetes, doença que atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Em Teresina, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) mantém um ambulatório específico para os portadores da doença: o Centro de Atenção ao Diabético (CAD).

O CAD funciona desde agosto de 2014 no Centro Integrado de Saúde Lineu Araújo. “Ele é voltado para os portadores de diabetes que são insulinodependentes ou que estejam com as taxas descompensadas, apresentando glicemia acima de 300mg/dl”, conta a enfermeira Ana Maria Carvalho. Os casos mais simples são acompanhados pelas equipes Estratégia Saúde da Família nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que encaminham o paciente ao CAD de acordo com a necessidade.

Ele funciona de segunda a sexta, das 7 da manhã às 5 da tarde. Para ter acesso ao serviço, deve ser agendada a consulta pelo Gestor Saúde, o serviço de marcação de consultas das UBS. O paciente passa a ser acompanhado e marca as próximas consultas no próprio Lineu Araújo, até que sua situação se estabilize e ele volte ao acompanhamento pela Saúde da Família.

O atendimento é feito por uma equipe multiprofissional, que acompanha os principais problemas decorrentes do diabetes. São sete endocrinologistas, um cardiologista, dois oftalmologistas, um nutricionista e ainda uma endocrinologista pediatra, para atendimento às crianças com a doença, além da retaguarda de outras áreas oferecidas nos ambulatórios regulares do Lineu Araújo, como fisioterapia.

Marineuda dos Reis é diabética e conta que faz acompanhamento no CAD há dois anos. “Eu tenho que vir ao endocrinologista três vezes por ano e gosto do atendimento”, diz. Já Maria das Graças Silva está vindo pela primeira vez e diz ter boas expectativas quanto a seu tratamento. “Eu marquei a consulta no posto do meu bairro, agora estou esperando para ver o que a médica vai dizer”, diz a paciente.

Além do acompanhamento médico, o CAD conta ainda com o ambulatório do pé diabético, que trata complicações da doença que resultem do surgimento de úlcera (ferida) nos pés, decorrentes de machucados ou infecções. O atendimento ocorre nos dias de segunda e sexta à tarde e é realizado por um angiologista e uma enfermeira, que fazem avaliação e acompanhamento.

Devido à gravidade do problema, o acesso ao programa do pé diabético é de entrada direta do paciente, ou seja, não é necessário ser encaminhado por uma UBS. “Se o paciente sentir necessidade, estiver com alguma complicação (ferimento, frieira, rachadura ou varizes), basta procurar o Lineu Araújo no horário de funcionamento, que será atendido para que sejam feitos curativos, cuidados na circulação, indicação de medicamentos e acompanhamento do paciente”, explica Ana Maria Carvalho.

O diabetes não tem cura, mas o tratamento correto evita possíveis complicações. “O acompanhamento adequado mantém o paciente estável e previne o surgimento de complicações, como insuficiência renal, disfunção nervosa, cegueira, pé diabético, entre outras”, diz Ana Maria Carvalho.