A cultura masculina é de procurar os serviços de saúde apenas quando está doente, esquecendo-se dos serviços de promoção à saúde e prevenção das doenças. Pensando nisso, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Planalto Uruguai realiza um trabalho de incentivo à prevenção nesta parcela da população, por meio do programa Saúde do Homem.

O objetivo do programa é promover a redução da comorbidade (duplo diagnóstico de doenças) e mortalidade masculina por meio da prevenção. “Estatísticas apontam que os homens vivem em média sete anos a menos que as mulheres”, informa Robespierre Bastos, médico responsável pelo programa. “Quando falamos em prevenção, geralmente só se pensa em câncer de próstata, mas a saúde do homem é muito mais que isso e envolve uma série de cuidados para evitar males comuns como diabetes, hipertensão e muitos outros”, informa.

O médico explica como se dá a consulta de saúde do homem. “Na primeira visita pedimos uma bateria de exames: hemograma e dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicérides, glicemia e insulina. A aferição arterial também é muito importante, assim como verificação de peso e cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Para os fumantes indicamos o exame de função pulmonar”, diz.

É recomendada também a pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B, além do teste para detecção de sífilis, pesquisa de anticorpos anti-HIV e do vírus da hepatite C. “Também realizamos encaminhamento para consultas especializadas quando necessárias”, conta o médico. Por fim, ele é encaminhado para receber as vacinas recomendadas ao público adulto – hepatite B, dupla adulto, tríplice viral e febre amarela.

O médico tem ainda uma conversa com o paciente sobre a adoção de hábitos saudáveis para manutenção de sua qualidade de vida. “Tentamos alertá-lo sobre a importância de manter hábitos saudáveis como prática de atividade física pelo menos 30 minutos por dia, alimentação balanceada, sexo sempre com camisinha e não fumar”, afirma.

Dados da saúde do homem

Dados do Ministério da Saúde indicam que 31% dos homens não possuem o hábito de ir ao médico e, desses, 55% afirmaram que não precisavam. A obesidade (57%), o alcoolismo (57%) e o tabagismo (13%) são os problemas de saúde mais comuns entre eles. As principais causas de morte são as externas, como acidentes de trânsito, trabalho e violência; seguidas por doenças do aparelho circulatório, como infarto e tumores.

Segundo o ministério, os homens têm também mais diabetes, colesterol elevado e pressão alta do que as mulheres; têm mais medo de descobrir doenças; praticam menos atividade física; estão mais expostos a acidentes de trânsito e de trabalho e abusam mais de álcool e outras drogas.