Saúde da Família completa 21 anos em Teresina melhorando indicadores

Diversos problemas de saúde podem ser evitados e reduzidos com a prevenção. Pensando nisso, há 21 anos Teresina adotava a Estratégia Saúde da Família como modelo de atenção básica no serviço de saúde público. Voltado à prevenção de doenças e promoção da saúde, o trabalho da ESF tem mostrado resultados positivos, como a diminuição na incidência de doenças e mortalidade infantil.

O modelo adotado na capital, que prioriza o contato direto e constante entre profissionais de saúde e comunidade, começou a funcionar em 1996, com três equipes nos bairros Santa Maria da Codipi, Cerâmica Cil e Usina Santana. Hoje, Teresina conta com 260 equipes saúde da família e 239 equipes saúde bucal, que atuam em área definida, com planejamento de ações, desenvolvidas com base nas necessidades e nas prioridades da comunidade cadastrada. Cada equipe é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além de dentistas e auxiliares de saúde bucal. Eles estão lotados em 90 Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todas as zonas da cidade. O quadro ainda é formado por mais de 1500 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são os membros da equipe que fazem parte da comunidade – o que permite a criação de vínculos mais facilmente – além de servidores administrativos que cuidam de serviços como marcação de consultas e entrega de medicamentos nas farmácias.

O município alcançou uma cobertura de mais de 90% da população pela ESF e atualmente realiza redimensionamento da atenção básica para garantir que todas as áreas de vulnerabilidade sejam vinculadas e que as outras áreas sejam referenciadas por um UBS para uso quando necessário. “Dados da Agência Nacional de Saúde mostram que 21,64% da população teresinense usa plano de saúde privados, mas mesmo eles precisam de serviços do SUS, como vacinas e medicamentos”, explica o diretor de Atenção Básica da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Francisco Pádua. “Com o redimensionamento, vamos poder universalizar o serviço e permitir que toda a população seja referenciada por uma equipe”, assegura o diretor.

O serviço recebeu diversas melhorias, em especial nos últimos anos, com a implantação de três Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que são equipes multiprofissionais (nutricionista, educador físico, psicólogo, assistente social e fisioterapeuta) que dão suporte às equipes ESF e contribuem para reduzir os encaminhamentos para especialidades. Foi implantado ainda o Consultório na Rua, que acompanha moradores de rua com orientações e encaminhamento para atendimento necessário, com o apoio das UBS, hospitais, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e ONGs que assistem esta parcela da população.

Teresina aderiu também ao Programa de Melhoria na Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), que busca induzir a instituição de processos que colaborem e ampliem a capacidade da gestão. O objetivo é ofertar serviços e ações de saúde que garantam maior acesso e qualidade, de acordo com as necessidades concretas da população. “O PMAQ promove um vínculo maior entre comunidade e equipe, que tem oportunidades de prestar um atendimento ainda melhor”, conta Francisco Pádua, citando os resultados positivos nas avaliações já realizadas: das 15 equipes que iniciaram o projeto, receberam avaliação com desempenho Bom e Ótimo 93,3% das equipes de saúde bucal e 86,6% das equipes da ESF. “Este ano haverá uma nova avaliação, por órgão definido pelo MS, a partir do mês de agosto”, informa o diretor.