A Gerência de Epidemiologia da Fundação Municipal de Saúde de Teresina faz um balanço positivo do Programa Piloto de Monitoramento das Encefalites Agudas no município. O piloto do programa funciona há pouco mais de um ano e foi responsável pela identificação do primeiro caso suspeito de Febre do Oeste do Nilo no Brasil.

“Através do monitoramento do programa conseguimos identificar o paciente, colher o material para exames e iniciar o tratamento adequado. No momento, estamos aguardando o resultado do segundo exame para confirmar se este é realmente o primeiro caso humano de Febre do Oeste do Nilo no país”, explicou o neurologista da Gerencia de Epidemiologia da FMS, Marcelo Adriano Vieira, coordenador do programa.

O Presidente da Fundação Municipal de Saúde, Luiz Lobão, destaca que a implantação do programa é um passo importante para o monitoramento de graves doenças. “Encefalites são processos inflamatórios em que há infecção do sistema nervoso central e podem estar associados a vários agentes virais, como: Dengue, Febre Amarela, Chikungunya, Enterovírus, Herpes vírus e Vírus do Oeste do Nilo”, informa Luiz Lobão.

O rastreio em toda rede hospitalar do município de Teresina em busca de casos de encefalite viral é executado pela Unidade de Respostas Rápidas (URR), pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância Epidemiológica (CIEVS) e pelos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (NHE) e conta com a participação ativa das equipes assistenciais do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella e do Hospital de Urgências de Teresina.

Segundo o Coordenador do Núcleo de Epidemiologia do HUT, Rui Cipriano de Araújo Júnior, diariamente é realizada a busca ativa de casos no hospital. “Temos técnicos que avaliam os prontuários e caso seja identificada a hipótese ou suspeita de encefalite passamos a seguir os passos do protocolo implantado pela Fundação Municipal de Saúde”, informa o coordenador.

Todos os casos suspeitos de encefalite viral são notificados à Diretoria de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde. Uma parceria de cooperação técnica já foi efetivada junto ao laboratório de virologia do Instituto Evandro Chagas – referência nacional para o recebimento de exames para identificação viral.

A implantação da vigilância das encefalites virais no município de Teresina é uma ação preventiva e poderá trazer uma série de benefícios, como: detecção das etiologias específicas dos casos; conhecimento do padrão de distribuição da doença por gênero, idade, ocupação e localidade; verificação de sazonalidade da doença e detecção precoce de eventuais surtos ou da introdução de agentes até então inexistentes na região. A eventual confirmação do caso de encefalite por Vírus do Oeste do Nilo, por exemplo, indicará a introdução deste agente no território brasileiro.