FMS alerta contra uso indiscriminado de analgésicos e antipiréticos
As pessoas devem ficar atentas ao uso de remédios e somente administrá-los sob prescrição médica.
15/07/2013 | 00:00
Imprimir
É o caso da Síndrome de Reye doença caracterizada pela falência rápida das funções do fígado, grave perturbação das funções cerebrais e elevado risco de morte. A doença pode afetar principalmente crianças de 0 a 12 anos de idade que sofrem quadros febris agudos, principalmente causados por resfriado, gripe ou varicela (catapora). O desenvolvimento da síndrome está associado à administração do medicamento ácido acetilsalicílico (AAS) frente a estas infecções comuns da infância.
A Síndrome de Reye revela um distúrbio nas funções metabólicas da criança que até então não apresentavam qualquer sintoma ou que se manifestava por sintomas inespecíficos, comuns a outras enfermidades. Alguns destes defeitos, denominados Erros Inatos no Metabolismo, são detectados pelo teste do pezinho, mas outros escapam a esta testagem, neste caso, muitas crianças crescem sem o diagnóstico e permanecem suscetíveis ao desenvolvimento da Síndrome.
O nome do medicamento às vezes não revela a substância, em geral compramos o remédio pelo nome comercial e é aí que está o problema, já que muitos pais ou responsáveis administram antigripais ou outros medicamentos que podem conter ASS na fórmula, explica Marcelo Vieira. Crianças suscetíveis podem desenvolver a síndrome mesmo após receber um único comprimido ou poucas gotas do medicamento e os sintomas podem iniciar-se após aparente resolução do quadro infeccioso.
SINTOMAS E CUIDADOS PREVENTIVOS
Alguns dias após um episódio de resfriado comum, gripe ou varicela e administração de ácido acetilsalicílico como tratamento para febre ou dor, a criança começa a apresentar náuseas, vômitos, dor abdominal e até mesmo diarréia, surge amarelamento de pele, mucosas e conjuntivas, branco do olho (icterícia), denunciando a falência das funções do fígado; como a principal importância deste órgão é desintoxicar o organismo de resíduos tóxicos advindos do metabolismo normal das pessoas, ocorre acúmulo destas substâncias com consequente prejuízo às funções cerebrais. Quando isso acontece, a criança pode ficar confusa, agitada, ter alucinações, sonolência excessiva, crises convulsivas e até mesmo entrar em coma irreversível (morte encefálica)".
Desde que a associação entre AAS, quadros febris na infância e Síndrome de Reye foi descoberta na década de 80, houve redução de cerca de 80% dos casos de óbito pela doença, exatamente pelas medidas profiláticas adotadas - como a não administração da substância citada nos contextos de risco.
O AAS é uma medicação formidável, sendo fundamental para o tratamento de doenças graves, como Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, Atrite Reumatóide, dentre várias outras, de forma que não precisa ser demonizada. O problema está no uso indiscriminado, sem indicação médica. A própria bula do medicamento contempla um alerta para o risco de ocorrência da síndrome nas situações mencionadas. Raros casos de Síndrome de Reye também foram relatados em adultos.
Fundação Municipal de Saúde de Teresina - FMS
Endereço Web: https://site.fms.pmt.pi.gov.br/noticia/733/fms-alerta-contra-uso-indiscriminado-de-analgesicos-e-antipireticos