Teresina avança em avaliações de crianças diagnosticadas com microcefalia

O Ministério da Saúde divulgou um novo levantamento sobre o surto de microcefalia no país. Estão confirmados 1.551 casos da patologia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecções congênitas. Em Teresina, no mês de maio não teve casos de crianças nascidas com microcefalia e nem detecção de casos de microcefalia intraútero.

De acordo com o boletim apresentado pelo Ministério da Saúde referente à semana 22 deste mês, são 85 casos confirmados no Piauí desde o início das investigações, sendo que 10 estão em investigação. Em Teresina, foram confirmados 43 casos e apenas dois estão em investigação. Na região Nordeste são 5.892 o total de notificados, com apenas  2.096 em investigação.

“Nossas ações são contínuas em Teresina no sentido de investigar e notificar os casos suspeitos de infecção sintomática pelo zika vírus. E os resultados das avaliações têm mostrado que nossa equipe de Vigilância em Saúde tem atuado no sentido de dar o suporte necessário às gestantes e também às crianças nascidas com microcefalia. Os números demonstram isso, temos apenas dois casos em investigação. E nossas ações em saúde continuam intensas no combate ao mosquito causador da zika, dengue e chikungunya. Já vamos para a nossa 23ª edição da Faxina nos Bairros, onde as equipes de limpeza já recolheram quase 3.800 toneladas de lixo com potencial de se tornar criadouro do Aedes aegypti”, afirma Francisco Pádua, presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS).  

Todos os casos suspeitos de infecção sintomática pelo vírus zika em gestantes, óbitos e pacientes com manifestações neurológicas graves em Teresina têm o diagnóstico investigado. As gestantes com infecção pelo zika vírus ou com microcefalia fetal detectada intra-útero são acompanhadas nas Unidades Básicas de Saúde e, caso seja necessário avaliação com especialista, são referenciadas ao serviço de pré-natal das maternidades municipais.

“Temos atuado no sentido de garantir o atendimento às crianças e mães. Aqui na capital quase 100% das crianças já foram atendidas, submetidas aos exames de imagem, tomografia, exames de sangue necessários e as com microcefalia foram devidamente encaminhadas para tratamento. Aquelas que não tinham, as mães e as famílias foram devidamente tranqüilizadas sobre esse aspecto de descarte da microcefalia, apesar da suspeita no primeiro momento. O importante é que todas já foram avaliadas”, explica o presidente.

A Fundação Municipal de Saúde é responsável pela Atenção Básica em Saúde municipal e está atenta ao acompanhamento das mães e bebês que nasceram com microcefalia relacionada à infecção congênita. Para orientar o atendimento desde o pré-natal até o desenvolvimento da criança com microcefalia, o Ministério da Saúde desenvolveu o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. “A FMS segue esse protocolo, que explica que ao nascimento, os bebês com suspeita de microcefalia devem ser submetidos a exame físico e medição do perímetro cefálico”, enfatiza Ayla Calixto, gerente de Atenção Básica da FMS.

São considerados microcefálicos os bebês com perímetro cefálico menor de 32 centímetros. Eles deverão ser submetidos a exames neurológicos e de imagem, sendo a Ultrassonografia Transfontanela a primeira opção indicada, e, a tomografia, quando a moleira estiver fechada. Entre os prematuros, são considerados microcefálicos os nascidos com perímetro cefálico menor que dois desvios padrões. 

“Quando a maternidade faz notificação de bebê com microcefalia a nossa Diretoria de Vigilância em Saúde é notificada e nós da Atenção Básica recebemos o endereço da família para que as Equipes de Saúde da Família façam visita e acompanhem o bebê, fazendo os devidos encaminhamentos para o tratamento mais adequado para bom desenvolvimento da criança”, diz Ayla Calixto da FMS.