Grupo ‘Emagrecer Bem’ promove a adoção de hábitos saudáveis no Poty Velho

Adoção de novos hábitos e uma alimentação saudável são as melhores armas no combate à obesidade. Em busca deste resultado, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da zona Norte criou o grupo “Emagrecer bem”, que promove a perda de peso e melhoria na qualidade de vida.

O projeto, que está atualmente em sua segunda turma, foi criado em junho do ano passado. Suas atividades ocorrem na Unidade Básica de Saúde do Poty Velho e consistem em 10 reuniões durante três meses, sendo as quatro primeiras semanais e as restantes a cada 15 dias. Participam atualmente 17 pessoas da comunidade, com idade entre 19 e 59 anos e que apresentem Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, que é considerado obesidade do tipo 1.

“A ideia do grupo veio depois de observarmos uma grande demanda de consultas com o NASF relacionadas à questão da obesidade”, conta a educadora física Zulmira Barreira. “Fazemos aqui um trabalho multidisciplinar, que embora envolva mais as áreas de educação física e nutrição, também conta com o trabalho dos profissionais de fisioterapia e psicologia, que atendem e ajudam nos problemas em suas áreas que podem trazer a obesidade como consequência”, explica ela.

Cada reunião é dividida em dois momentos, um de orientação nutricional e outro de prática de atividade física. Mas o processo não fica restrito àquela ocasião: além dos exercícios realizados no dia, os participantes recebem uma orientação escrita com um plano de treino para ser feito em casa, adaptado de acordo com a realidade de cada um. Além disso, eles são estimulados para a prática de atividades aeróbicas, como caminhada e dança.

A orientação nutricional também tem como objetivo incentivar ações a serem adotadas no dia a dia.  “Aqui não é promovida uma dieta, e sim a reeducação alimentar, com adoção de práticas saudáveis que levam a emagrecer e também a uma melhor qualidade de vida”, diz a nutricionista Alexandrina Maria. “Nós trabalhamos a educação nutricional de forma dinâmica e que estimule a interação. Temas diferentes a cada aula, abordados de forma que elas possam participar e tirar dúvidas, além de entregarmos material para que elas possam levar o que aprenderam para casa”, afirma ela.

O progresso é acompanhado por meio de avaliações. Inicialmente, os participantes são examinados para registro de seu peso, IMC e circunferência abdominal, assim como são requisitados exames laboratoriais pelo médico da Estratégia Saúde da Família (ESF). No meio do processo, eles são novamente avaliados, para que possa ser observada sua evolução. Aqueles que não alcançaram o resultado esperado são estimulados a rever os hábitos que possam estar errados e corrigir. Uma terceira avaliação é realizada no fim das reuniões.

O resultado tem sido positivo. O primeiro grupo do programa encerrou em dezembro do ano passado com uma média de perda de peso de quatro quilos, sendo que algumas conseguiram perder até 12 quilos. “A maioria das participantes eram sedentárias e mantinham maus hábitos, como o consumo exagerado de sal, gordura. Com as atividades, eles tendem a corrigir estes hábitos de vida”, conta Zulmira Barreira. “Algumas participantes gostaram tanto que pediram para continuar participando das reuniões, mesmo após o fim de sua turma”, conta a educadora física. 

Maria Elsa Cardoso é uma das participantes. Ela conta que já tentava emagrecer há cinco anos, mas de forma errada e pouco efetiva. “Somente há um ano que eu decidi mudar meus hábitos de verdade, comer saudável, fazer dança e caminhada.”, conta a funcionária de serviços gerais, que já chegou a pesar 70 quilos mas que agora está com 63. “Eu consegui porque resolvi dar prioridade à alimentação saudável e à atividade física. Tem que ter firmeza, ou como eu sempre digo, tem que pensar ‘eu quero, eu posso, eu consigo’”, comemora ela.

Os relatos mostram que as participantes conseguiram uma perda progressiva de peso apenas com mudanças pequenas no seu dia a dia, como a diminuição do consumo de massa, aumento no consumo de saladas, frutas e alimentos integrais. Como elas geralmente são donas de casa e preparam a comida da família, a adoção dessas práticas resultou em uma melhoria na qualidade de vida de todos os membros. “O objetivo é promover esse empoderamento, para que elas façam as melhores escolhas em casa”, conta Alexandrina Maria. “E desta forma, conseguirão perder peso e levar uma vida mais saudável”, finaliza a nutricionista. 

O NASF Norte desenvolveu a mesma atividade na UBS Bela Vista Rural. Lá, já foi formado um grupo com 14 participantes, nos mesmos moldes do grupo do Poty Velho. A atividade foi igualmente bem sucedida, com a mesma média de perda de peso de quatro quilos, sendo de algumas participantes conseguiram perder até 10 kg.

O NASF é uma estratégia que visa ampliar a abrangência e a diversidade das ações da atenção básica, bem como ampliar sua resolutividade. Cada núcleo é composto por nutricionista, educador físico, psicólogo, assistente social e fisioterapeuta, que desenvolvem atividades complementares às realizadas pelas equipes ESF nas unidades de saúde, de acordo com suas necessidades.