Os profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Poty Velho realizaram na manhã de hoje, 28, atividade voltada à comunidade, com o público alvo envolvendo gestantes e puérperas. A oportunidade serviu para que representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pesquisadores da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) pudessem conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelas Equipes de Saúde da Família da unidade. Os pesquisadores estão na cidade com o objetivo de acompanhar e sistematizar as transformações que estão ocorrendo na saúde da capital, além de também dar visibilidade para práticas que respondam de forma inovadora para problemas comuns da saúde. 

Na UBS Poty Velho existe o grupo ‘Maternar’, que hoje realizou atividade voltada a  saúde mental das gestantes e puérperas intitulado ‘A conversa que não se tem no consultório’. “Esse grupo surgiu a partir de uma demanda que a médica da família trouxe aqui para o Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF). Ela começou a perceber que só as consultas não estavam sendo suficientes para sanar todas as dúvidas, elas tinham muitas dúvidas e muitas delas apareciam com questões emocionais, de conflito. E aí ela começou a pensar "vamos montar um grupo para que a gente possa ver o que elas estão pensando, o que elas estão sentindo e a gente vai tentar detalhar um pouco mais, tirar um pouco mais dessa ansiedade em relação à gestação, e em relação ao puerpério também", explica a psicóloga da UBS Poty Velho, Thatiane Vila Nova.

A profissional fala que o grupo foi montado com gestantes e puérperas, para que elas conversem com a Equipe Multidisciplinar da UBS. “Pra que essa conversa vá além do consultório médico, e que nesse grupo estejam presentes a psicóloga, a fisioterapeuta, a nutricionista e aí elas possam colocar todas essas dúvidas, esses medos, que dentro do consultório pelo tempo que é curto, pela quantidade de pessoas que precisam ser atendidas a gente faz esse grupo pra que elas possam conversar de uma forma dinâmica, divertida, lúdica, não é aquela coisa pesada de palestra, de ficar só escutando, de uma forma passiva”. 

Na UBS Poty Velho, nessa parceria com o NASF e a Equipe Saúde da Família, se procura trabalhar de forma que os profissionais consigam captar o máximo de usuárias possíveis da comunidade. “Então nossos grupos são sempre cheios por isso, porque elas sabem que não vão só escutar o profissional falando, elas sabem que vão ter um espaço para colocar de forma segura todos os medos, todas as inseguranças, se existe uma coisa mais séria como uma depressão pós parto por exemplo, lá elas conseguem colocar e a gente faz até a visita domiciliar para falar especificamente com aquela paciente. Então dentro desses grupos a gente consegue captar muita coisa que dentro do consultório às vezes a gente não conseguiria. Então aí a gente pode fazer um trabalho mais qualificado e reduzir uma demanda que talvez iria evoluir de uma forma bem ruim”, enfatiza a psicóloga da UBS Poty Velho, Thatiane Vila Nova. 

“São esses aspectos da Atenção Básica em Saúde de Teresina que tem feito com que a capital possa servir de modelo, exemplo, para outros municípios interessados no fortalecimento da atenção primária no nosso país. Estamos passando a semana aqui e está sendo uma ótima experiência e uma grande satisfação conhecer com mais detalhe o que é feito no município”, diz Luiz Augusto Facchini, coordenador da rede de pesquisa em atenção primária à saúde da ABRASCO.