Com o intuito de diminuir a demanda reprimida na área de oftalmologia, a Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Saúde (FMS), promove desde o mês de abril deste ano mutirões de consultas e cirurgias de catarata. O objetivo é acabar com o número de teresinenses na fila de espera pelo tratamento e tornar Teresina livre da catarata. De abril a agosto de 2018 já foram realizadas 330 consultas oftalmológicas especializadas na área da catarata nas duas clínicas credenciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital para a realização do mutirão. Foram realizados também 2.210 exames, além de 58 cirurgias. A meta é realizar, a partir de setembro, 100 cirurgias de catarata por mês.

 O atendimento aos pacientes oftalmológicos estão sendo feitos por meio de encaminhamentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS). “São pacientes agendados no Gestor Saúde para consultas de oftalmologia/catarata, ou seja, quem atendeu esta pessoa na UBS teve a percepção de que ela precisa de uma cirurgia de catarata”, informa Vitória Urbano, do SUS Teresina.

 As cirurgias de catarata são realizadas com a mais moderna técnica cirúrgica existente, que é  a lazer.  “A técnica é o que existe de melhor e mais moderno e é também mais segura e mais rápida", explica Thiago Castro, proprietário de uma  das clínicas  onde está sendo realizado mutirão da catarata pelo SUS.

 Para o operador de máquinas pesadas Emanuel de Fátima da Silva, 61 anos, morador do bairro Parque Jurema, realizar a cirurgia de catarata foi algo significativo. “Realizei as cirurgias dos meus dois olhos pelo SUS. Desde meu primeiro atendimento no mutirão fui bem tratado e gostei. Tenho tido muitos bons resultados, pois eu estava com minha visão quase toda perdida. Eu já tinha ido até em um médico particular, que meu patrão pagou, e ele tinha condenado meu olho. Mas resolvi fazer acompanhamento pelo SUS, e os médicos salvaram minha visão. Eu não enxergava nada e após a cirurgia já vejo bem”, afirma ele.

 O presidente da Fundação Municipal de Saúde, Sílvio Mendes, destaca que esses mutirões beneficiam centenas de pessoas. "Estamos trabalhando onde existe demanda reprimida e buscando alternativas. Com os mutirões de catarata, estamos avançando em mais um setor, o da oftalmologia”, fala.

 “Gostei muito do mutirão, só passei 14 dias na fila de espera para realizar os exames e fazer a primeira cirurgia no dia 5 de julho. E fiz a segunda cirurgia já no dia 10 de agosto. Já estou enxergando muito bem dos dois olhos. A sensação de voltar a enxergar novamente é maravilhosa. Quem tem sua visão, acostumado a andar e perder... aí é a coisa mais ruim que existe no mundo.  Fiquei um tempo sem trabalhar por conta do problema de visão”, expõe Francisco das Chagas Neve Sobrinho, 57 anos, servente de pedreiro.

 A catarata é uma opacidade do cristalino (lente natural do olho). Para pessoas que têm catarata tem a visão nublada, como se olhassem por uma janela embaçada ou enevoada. Essa visão nublada pode tornar mais difíceis tarefas como ler, dirigir um carro ou interpretar a expressão das pessoas.

 “Já operei os dos olhos, o primeiro no dia 15 de junho e o segundo agora em agosto. O que eu mais queria era voltar a enxergar direito novamente. Eu preciso muito da visão, pois sou cozinheira e estava tendo dificuldade de desenvolver minhas atividades. Entre a realização dos exames e as cirurgias foi muito rápido, tiro o chapéu pra essas clínicas conveniadas pelo SUS. Fui muito bem tratada, nunca deixaram nada a desejar”, diz mais uma beneficiada pelos mutirões da catarata, Maria Bernadete Correia da Rocha Santos, 58 anos.

 A maioria das cataratas se desenvolve lentamente e não perturba a sua visão desde o início. Mas com o tempo, a catarata acabará por interferir na visão. Em um primeiro momento, iluminação mais forte e uso de óculos podem ajudar a lidar com a catarata. Mas se a visão prejudicada interfere com as atividades normais, é necessário fazer a cirurgia de catarata. Felizmente, a cirurgia de catarata costuma ser um procedimento seguro e eficaz.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas. Como a expectativa de vida da população mundial está aumentando, o número de pessoas com catarata tende a crescer. A catarata é também uma importante causa de baixa visão em países desenvolvidos e em desenvolvimento.