Maternidade estimula o contato mãe-bebê com o método Canguru

A humanização dos cuidados com os bebês de baixo peso tem atenção especial na Maternidade Wall Ferraz, que fica no bairro Dirceu. No local, é desenvolvido o Método Canguru, uma política pública que consiste em deixar o bebê prematuro em contato pele a pele e sob os cuidados dos pais, mas com acompanhamento médico.

Em funcionamento há cerca de três anos, o método canguru é focado em recém-nascidos com menos de 2500 gramas de peso e suas famílias. O objetivo é reduzir o tempo de permanência na unidade neonatal e resgatar o vínculo que foi perdido pelo bebê ter sido separado da mãe em ocasião de suas condições clínicas. “O método ajuda na prevenção de infecções hospitalares no bebê, e com o contato pele a pele a gente promove um melhor controle térmico e promoção do aleitamento materno, além de melhorar a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psico‑afetivo do recém‑nascido”, explica Sidney Silva, enfermeiro tutor do projeto.

O método funciona três fases. A primeira se dá no momento da admissão da criança na UTI neonatal ou na unidade de cuidados intermediários, onde os pais são acolhidos e aprendem sobre as condições de saúde do seu filho, os cuidados dispensados, o funcionamento da unidade e a equipe que cuidará de seu filho. “A gente vai abordando a família para que eles conheçam as rotinas e de certa forma venham se aproximando do seu bebê”, explica Sidney Silva.

Na segunda etapa, a criança já está em melhores condições clínicas e é transferida para a Unidade Canguru, onde vai ficar 24 horas com a mãe, com estímulo ao aleitamento e o contato pele a pele ininterrupto. “Quanto mais for favorável e confortável para o bebê e a mãe, melhor. A gente estimula isso durante esse tempo, que é quando a mãe desenvolve autonomia para cuidar de seu bebê de acordo com os cuidados especiais que ele requer naquele período”, explica o enfermeiro. Já a terceira etapa se dá depois da alta hospitalar e a criança é acompanhada, juntamente com sua família, até atingir o peso de 2.500 g.

A diretora geral da Maternidade Wall Ferraz, Mércia Brito, explica que os profissionais estão engajados para orientar as mães na utilização do método. “São atitudes simples que fazem a diferença como a alta antecipada, o ganho de peso mais facilmente e a diminuição de sequelas”, enumera.

Esse serviço foi avaliado satisfatoriamente pela Rede Brasileira de Pesquisa em Neonatologia – RBPN, que junto com outras ações como incentivo ao aleitamento materno deu ao hospital o título de Amigo da Criança.

O elevado número de bebês prematuros de baixo peso constitui um importante problema de saúde e representa um alto percentual na morbimortalidade neonatal. Além disso, tem graves consequências médicas e sociais.