Realizado gratuitamente, Teste do Pezinho detecta até seis doenças graves

Só uma picadinha no calcanhar do bebê pode detectar precocemente algumas doenças sérias que afetam seu desenvolvimento. Esse é o Teste do Pezinho, que é obrigatório e gratuito no país desde 1992.

A Maternidade Professor Wall Ferraz, localizada no bairro Dirceu, zona Sudeste, é referência no atendimento às gestantes e recém-nascidos. Contribuem para a qualidade da atenção à criança a realização de exames de triagem neonatal, como o Teste do pezinho, que é realizados logo que o bebê nasce e serve para detectar precocemente doenças.

“Estamos na quarta fase do rastreamento, agora conseguimos diagnosticar até seis doenças com o Teste do pezinho. Claro a criança precisa fazer o teste no tempo correto, até seis dias de nascido. Depois desse tempo, com mais de 28 dias de nascido, só é possível rastrear quatro tipos de doenças. A entrega do resultado do teste acontece no laboratório da unidade onde foi feita a testagem. A entregua é em até 30 dias no horário de 14h ás 17h, no laboratório”, explica Ana Cleide, técnica responsável em realizar o Teste do pezinho na Maternidade Professor Wall Ferraz.

No momento do teste a mãe ou responsável deve colocar o bebê no colo na posição de “arrotar”. O pé deve ficar descoberto para o exame. Daniele Vitória, 19 anos, mãe da Larissa Silva, realizou o Teste do pezinho com 27 dias de nascida. “Eu morava em Picos, tive que me internar após o parto e a neném também. Acabou que fui adiando a vinda para realizar o teste”, disse a mãe da bebê. 

Já Fernanda Amanda, 18 anos, mãe do Denis Benjamim, levou o filho no 5º dia de nascido para realizar o Teste do Pezinho. “É o ideal. O exame do pezinho não deve ser realizado logo no primeiro dia de nascido. O bebê já deve ter sido amamentado por, pelo menos 48 horas antes da realização do exame”, afirma Ana Cleide, técnica da Wall Ferraz.

O período recomendável é entre o 3º e o 5º dia após o nascimento. Após esse prazo, ainda deve-se fazer o Teste do Pezinho no bebê. Mas é importante que seja logo. Quanto mais cedo for feito o Teste do Pezinho, mais chances o bebê vai ter de crescer sem apresentar problemas sérios como, por exemplo, deficiência intelectual.

Atualmente, a versão do teste oferecida na rede pública de saúde de todo o país detecta seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase.           

Onde fazer e como o teste é feito?

O Teste do Pezinho deve ser realizado nos postos de coleta localizados nas unidades de saúde estaduais e municipais em todos os municípios do Piauí. Os pais e responsáveis precisam pedir informações com os profissionais de saúde de hospitais ou Unidades Básicas de Saúde próximas de sua residência. Todas as crianças têm o direito ao Teste do Pezinho e ele é uma importante arma no tratamento precoce de diversas enfermidades, e não há motivo para que não seja realizado, nem nenhuma contraindicação.  Pelo contrário, é muito bom que todas as crianças façam o exame, para que possam ter uma vida mais saudável e feliz.

No momento da testagem, uma amostra de sangue do calcanhar do bebê é retirada e enviada para análise. A coleta acontece nessa região devido ao grande fluxo sanguíneo que existe ali. O sangue, então, é colocado num papel tipo mata-borrão e encaminhado ao laboratório.

O resultado pode demorar até 30 dias, mas geralmente, fica disponível em uma semana. Caso haja alguma alteração, uma nova coleta deverá ser solicitada para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Doenças diagnosticadas na versão básica do teste

Fenilcetonúria

Causada pela deficiência no metabolismo do aminoácido fenilalanina. O acúmulo no organismo pode causar deficiência mental.

Hipotireoidismo congênito

Causada insuficiência do hormônio da tireoide. A falta de tiroxina pode causar retardo mental e comprometimento do desenvolvimento físico

Fibrose cística

Ocorre aumento da viscosidades das secreções, propiciando as infecções respiratórias e gastrointestinais. Ataca pulmões e pâncreas. É incurável.

Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias

Alteração da hemoglobina que dificulta a circulação, podendo afetar quase todos os órgãos. Pode causar anemia, atraso no crescimento e dores e infecções generalizadas. É incurável.

Hiperplasia adrenal congênita (HAC)

É uma doença genética, em que as duas glândulas suprarrenais - localizadas em cima dos rins, não funcionam corretamente, prejudicando a produção de hormônios essenciais para o corpo, como o cortisol e a aldosterona.

Deficiência de biotinidase

É também uma doença genética, em que o organismo não é capaz de obter a enzima biotinidase, impedindo que os alimentos sejam processados ou metabolizados pelo organismo.