Sílvio Mendes apresenta ao Ministro da Saúde nova Central de Regulação do SUS da capital

O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, esteve hoje, 20, visitando as dependências do Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Sílvio Mendes, aproveitou a oportunidade para ressaltar o serviço desenvolvido pela saúde pública municipal e propor cooperação entre os poderes para o financiamento dos serviços ofertados. Além de falar aos presentes sobre a nova Central para Regulação de consultas especializadas e exames complexos através do Sistema Único de Saúde (SUS), que já está em funcionamento na capital.

O objetivo é organizar o atendimento de forma isenta e ágil. A nova Central é online e coordena o fluxo de todas as Unidades de Saúde de Teresina, como também integra 223 municípios de todo o Piauí e 27 municípios do estado do Maranhão. Em um acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI), a central trabalha com um sistema moderno de identificação por IP, que designa o acesso para apenas uma máquina com servidores cadastrados por unidade, evitando assim a marcação por terceiros.

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30. “O usuário terá suas consultas e exames marcados diretamente pelas unidades, e já sairá com o dia, a hora e o nome do especialista que irá atender a sua necessidade de saúde”, informa Sílvio Mendes.

O ministro Ricardo Barros falou que é fundamental a realização da fila única. “Nós temos uma emenda no orçamento da União esse ano de R$ 340 milhões só para fazer mutirão de cirurgias, exames e consultas, então a fila única é fundamental para podermos de forma justa e adequada diminuir esse custo. O prefeito Firmino assumiu o HUT com uma responsabilidade muito grande. Quem tem hospital municipal de qualidade acaba consumindo 35 ou 40% de recursos do município em saúde e de fato falta para outras áreas e é preciso que esse financiamento seja compartilhado com outras áreas de governo. Por isso é que eu estou aqui hoje anunciando R$ 94 milhões de recursos empenhados para o Estado do Piauí, sendo que a grande maioria é emendas parlamentares, que são fundamentais para estruturação da saúde e da nossa ação no Ministério e são muitos recursos, desses recursos nós temos R$ 87 milhões que são emendas parlamentares e temos R$ 7 milhões para credenciamento de novos serviços”, afirmou o ministro.

Sílvio Mendes ressaltou que o HUT não é somente do município de Teresina pois atende todo o Piauí e outros Estados. “E se é público não tem porque ser diferente. O HUT foi construído e equipado custando R$ 26 milhões e o custeio pra manter ele é R$ 15 a R$ 16 milhões ao mês. A cada mês e meio poderíamos construir um novo HUT. Temos 1.800 funcionários, trabalhamos com pessoal altamente qualificado. Quando se concluiu o hospital tiveram os questionamentos. Quem vai cuidar dele. O município não tinha quadros que pudesse cuidar de um hospital desse complexidade”, falou o presidente da FMS.

Ele lembrou ainda das dificuldades em manter serviços de qualidade no Sistema Único de Saúde. “Qual é a nossa maior dificuldade? Quando os constituintes colocaram lá atrás na Constituição que o SUS é universal, portanto todos tem direito, e integral, todos tem que ser atendidos de acordo com suas necessidades e que tudo é igual, esqueceram de dizer como se faz isso. Como se viabiliza isso. E aí qual foi o passo seguinte? A judicialização da Justiça. Que não é solução. E se exaure os cofres do Estado e exaure principalmente dos municípios. Teresina hoje dispende cerca de 34% dos seus recursos da receita corrente liquida com saúde, então passou dos seus limites”, enfatiza.

O Ministro da Saúde falou que o HUT é um hospital modelo de urgência. “Está muito bem estruturado na gestão. Muito importante para o bom funcionamento. Muito boa a cooperação entre Fundação Municipal de Saúde e Secretaria Estadual de Saúde no sentido de realizar a fila única, com a democratização da oferta do serviço, especialmente com o ordenamento desse trabalho. Todos sabem que o SUS tem um subfinanciamento, há muitos anos e as tabelas não são corrigidas, não há solução orçamentaria, nem previsão orçamentária para essa correção das tabelas, mas nós temos feito pontualmente umas avaliações e vou criar uma comissão para tratar desse assunto e ver qual seria a possibilidade de ajuste, mas o que eu tenho pedido aos prefeitos é a informatização total do sistema de saúde para que a gente saiba de fato o que acontece na saúde e possamos planejar um novo modelo de financiamento. Com o prontuário eletrônico nós poderemos pagar o serviço que atendeu a pessoa em cada um dos procedimentos e aí esse problema que vocês tem aqui de atender gente de outros Estados e municípios seria sanado porque os recursos iriam para aquele serviço que fez o atendimento. Então é uma maneira que temos de resolver a questão do financiamento”, disse Ricardo Barros.